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A Alegria da Santidade

Hoje é dia 1° de novembro e é dia de festa porque nesta data a Igreja celebra o dia de Todos os Santos. Mas o que isto significa? Trata-se de uma festa celebrada em honra de todos os Santos e Mártires, conhecidos ou não.
Desde os primórdios da Igreja que se instalou a tradição de honrar os Santos e Mártires e, na certeza de que já gozavam da presença de Cristo no Céu, rezar por eles e pedir a sua intercessão. Posteriormente, a Igreja instituiu na liturgia uma data para esta festa solene que abarca todas as outras celebrações de Santos e é um prenúncio da festa na eterna glória.
É um dia para louvar e agradecer a Deus que santificou seus servos, honrar os Santos –  particularmente aqueles que não tiveram festa própria ao longo do ano, procurar multiplicar nossos intercessores e lembrar que pessoas como nós conseguiram viver uma vida em graça, conforme a vontade de Deus para eles, e chegaram à plenitude com Nosso Senhor.
A canonização dos Santos é uma forma da Igreja reconhecer a ação do Espírito Santo em si mesma e promover a esperança dos seus filhos demonstrando que a santidade é mais que uma possibilidade: é uma promessa a todos que se mantiverem fiéis a Jesus Cristo. Pois os Santos foram pessoa como nós, com suas fraquezas e dificuldades, mas que foram capazes de, com o auxílio da graça, perseverar e alcançar a santidade.
E tantos são os Santos que já viveram e passaram nesse mundo nos inspirando a uma vida de santidade. Mártires do primeiro século e Santos da nossa geração, todos revelam que não importa em qual período nascemos e vivemos, qual nosso contexto histórico social, tudo nos direciona para a eternidade, basta lutarmos para isso.
Talvez não seja um assunto tão popular ou comum no mundo de hoje, mas o caminho para a santidade permanece em acessível a quem ousar trilhá-lo, como podemos ver no exemplo do jovem beato Carlo Acutis. Na verdade, convém falar em caminhos, porque existem muitas formas de segui-lo, seja nos mais inúmeros âmbitos da dimensão humana (profissional, familiar, etc), nos diversos estados de vida ou na infinidade de carismas presentes na Igreja. Não importa tanto por qual caminho se segue, desde que quem vá a frente seja Jesus, o tão almejado ponto de chegada estará garantido.
Para melhor trilhar este caminho, além do exemplo dos Santos, a Igreja também os oferece como nossos intercessores e contar com ela é algo muito útil a todo cristão. Como os Santos habitam o Céu e, portanto, estão intimamente unidos a Cristo, permanecem a interceder ao Pai em nosso favor. O Catecismo da Igreja Católica, em seu número 2683, afirma:
“As testemunhas que nos precederam no Reino, especialmente as que a Igreja reconhece como “santos”, participam da tradição viva da oração pelo exemplo modelar de sua vida, pela transmissão de seus escritos e por sua oração hoje. Contemplam a Deus, louvam-no e não deixam de velar por aqueles que deixaram na terra. Entrando “na alegria” do Mestre, eles foram “postos sobre o muito”. Sua intercessão é o mais alto serviço que prestam ao plano de Deus. Podemos e devemos pedir-lhes que intercedam por nós e pelo mundo inteiro.”
Pedir a intercessão dos Santos é saber contar com a boa disposição deles para nos ajudar e também com os méritos que obtiveram em uma vida Santa e que apresentam ao Pai em nosso auxílio. Em seu leito de morte, disse São Domingos a seus irmãos: “Não choreis! Ser-vos-ei mais útil após a minha morte e ajudar-vos-ei mais eficazmente do que durante a minha vida” (cf. Jordão da Saxônia, Lib., 93)
Desse modo, é sempre bom e frutífero adquirir e desenvolver a devoção aos Santos. Cada um de nós pode carregar consigo uma devoção especial, a vida de algum Santo que nos inspira e nos motiva por uma vida na graça. Acreditando que eles gozam da íntima amizade com Deus, buscar nos aproximar deles é, em última instância, aproximar-nos de Deus também.
Sabemos, ainda, que muitas pessoas tiveram uma vida inteira entregue a Deus que não são conhecidas ou canonizadas, mas estão junto de Deus. A Igreja nos ensina que estamos sempre unidos aos irmãos que descansam na paz de Cristo e, da mesma forma, também podemos (e devemos) rezar por eles e contar com sua intercessão.
Certamente não por uma coincidência, hoje também é um dia significativo para a Comunidade Cristo Alegria: há um ano o Caio, nosso irmão consagrado, partia ao encontro do Senhor. O primeiro de nós, aquele que inaugurou nossa casa no Céu.
Contudo, por tudo que já foi dito, hoje, mais do que um dia de entristecer-nos, é dia de celebrarmos porque temos um irmão cujo Grande Dia do encontro com o Amado já se concretizou. É uma data para lembrarmos da vida do Caio e ao invés de pensarmos que o perdemos, concentrarmo-nos no que ele livremente escolheu perder para ganhar a Cristo.
O Caio foi fiel até o fim, até o último dia. Sempre alegre e tranquilo, ele se foi com esperança e confiança em Deus. Assim, sua vida tornou-se um exemplo para nós, de que vale a pena permanecer e seguir porque nós não fomos feitos para esse mundo mesmo. Há algo, ou melhor, Alguém a nos esperar e por isso devemos manter-nos a caminhar, sempre em frente. E quando cansarmos ou estivermos a desacreditar, sempre poderemos lembrar do Caio e não só tê-lo como modelo, mas ainda mais: contar com a sua ajuda.

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