Colocar-se sob o julgo de alguém é estar disponível para oferecer algo a qualquer custo. Ser missionário é ser de Deus sendo do outro. Não sendo mais de posse própria, qualquer capacidade é dom e como dom é ofertado. Na vida missionária nos colocamos sob a oferta da vida. Oferecemos tempo, capacidades, profissões ao Senhor custe o que custar.

Na realidade da consagração de aliança, somos o fermento na massa (Mt 13, 33): no mundo, fazendo a diferença. O sal na comida (Mt 5, 13): dando gosto de eternidade em tudo. Somos diferentes porque temos a clareza de quem serve. No trabalho, nas nossas casas, faculdades e tantas outras realidades, somos escolhidos para dar a boa notícia do Evangelho.

O chamado é parte bonita das nossas histórias, de muitos jeitos diferentes, lugares e circunstâncias, mas somos unidos pela correspondência. Escolhemos todos os dias responder ao convite feito em um passado distante ou próximo, mas sempre atual, porque nós o atualizamos. Ser consagrado é fazer essa atualização do chamado através do serviço e da missão. Com sede de almas para o Reino, somos todos os dias impulsionados a fazer conhecido o Amor que tanto experimentamos, certos de que isso muda a vida, as perspectivas, os sonhos, as capacidades, usando como credibilidade para isso a nossa própria história encharcada desses testemunhos da ação da mão de Deus.

Estamos disponíveis à forja. Nossos limites são expandidos conforme nos gastamos no serviço da obra, sendo canal de graça e assim, experimentando dela também. Nessa constante lapidação damos forma a palavra de Efésios 4, 22 “É preciso deixar a vossa antiga conduta e despojar-vos do homem velho, que vai se corrompendo ao sabor das paixões enganadoras. É preciso renovar-vos, pela transformação espiritual de vossa mente, e vestir-vos do homem novo, criado à imagem de Deus, em justiça e santidade da verdade”.

Assim, estando sob a posse de Deus, por termos consagrado nossa vida e tudo que temos a Ele, somos como barro nas mãos do oleiro, como cantamos sempre aos 7 de setembro de cada ano. Somos moldados às necessidades do que Deus quer realizar naquele momento através de nós.

– Fernanda Girotto, Consagrada Cristo Alegria.