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Corpus Christi

A festa de Corpus Christi, expressão em latim que significa “Corpo de Cristo”, foi instituída no século XIII pelo papa Urbano IV e é celebrada todo ano na quinta-feira posterior ao domingo da Santíssima Trindade. Sua origem está relacionada a dois eventos admiráveis: as visões de uma freira agostiniana onde Cristo manifestava o desejo de que a Eucaristia fosse mais celebrada e o chamado Milagre de Bolsena.

Esse milagre eucarístico é um dos mais conhecidos e também impressionante. Conta-se que o padre Pedro de Praga tinha dúvidas quanto à presença real de Cristo na Eucaristia e por isto foi a Roma rezar sobre o túmulo de São Pedro pedindo fé. Ao passar por Bolsena, na Itália, a meio da celebração da Santa Missa, quando o sacerdote iria partir a Hóstia, esta sangrou sobre o corporal (o pano sobre o qual ficam o cálice e a patena).

O papa Urbano IV estava instalado em uma cidade próxima e determinou que os objetos litúrgicos milagrosos fossem levados até lá em procissão, onde foram recebidos solenemente. O Pontífice, ao se deparar com a relíquia, teria se ajoelhado e, então, mostrado à população.

A prática da procissão surgiu em Colônia e difundiu-se primeiro na Alemanha, depois na França e na Itália. Atualmente no mundo inteiro o dia de Corpus Christi é marcado pelas procissões eucarísticas e outras tradições, como a confecção de tapetes de sal e serragem com imagens católicas pelas ruas.

Mas o que isto significa para nós?

Como o próprio nome já indica, a data é uma oportunidade para celebrarmos o Corpo de Cristo. Sendo a Eucaristia o centro da nossa fé e da vida sacramental, é apenas justo e necessário que a valorizemos e exaltemos, este é o objetivo da festa litúrgica. Porém, também deve ser o objetivo em nossos corações.

Esta quinta-feira é uma chance para reconhecermos na Eucaristia o amor de Cristo por nós, a sua entrega total na cruz e na Eucaristia. Jesus nos ama tanto que se faz tão pequeno quanto um pedaço de pão para estar conosco materialmente e ser fonte de graça em nossas vidas.

Hoje é um dia para lembrar que em cada Igreja, por menor, velha, desorganizada, que seja há um sacrário e dentro deste sacrário habita o Corpo de Cristo… Muitas vezes sozinho. É um dia para recordar que em cada Santa Missa por mais enfadonha que seja a homilia, desafinado os cânticos, ou qualquer outro fator limitante, é um convite a um encontro com o Corpo de Cristo… Muitas vezes prescindido.

Não somos capazes de entender o tamanho do mistério e a totalidade das graças que operam através da Eucaristia, mas podemos por meio da nossa fé acreditar que o Corpo de Cristo, entregue por nós e a nós na Eucaristia, é a fonte de todo bem e, portanto, da nossa felicidade.

“Jesus replicou: Eu sou o pão da vida: aquele que vem a mim não terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede.” Jo 6, 35

Nos tempos difíceis em que vivemos, é ainda mais imperativo que saibamos estimar e exaltar a Eucaristia. Como diz o papa Francisco na mensagem para este dia: “Que o Corpo e o Sangue de Cristo sejam para cada um de vocês presença e apoio em meio às dificuldades, sublime conforto no sofrimento de cada dia e garantia de ressurreição eterna”.

Por fim, São Tomás de Aquino compôs um Ofício especificamente para a Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo. Fica aqui uma das orações, o cântico Adoro Te Devote, de profunda beleza e riqueza teológica:

 

Eu vos adoro devotamente, ó Divindade escondida,

Que verdadeiramente oculta-se sob estas aparências,

A Vós, meu coração submete-se todo por inteiro,

Porque, vos contemplando, tudo desfalece.

 

A vista, o tato, o gosto falham com relação a Vós

Mas, somente em vos ouvir em tudo creio.

Creio em tudo aquilo que disse o Filho de Deus,

Nada mais verdadeiro que esta Palavra de Verdade.

 

Na cruz, estava oculta somente a vossa Divindade,

Mas aqui, oculta-se também a vossa Humanidade.

Eu, contudo, crendo e professando ambas,

Peço aquilo que pediu o ladrão arrependido.

 

Não vejo, como Tomé, as vossas chagas

Entretanto, vos confesso meu Senhor e meu Deus

Faça que eu sempre creia mais em Vós,

Em vós esperar e vos amar.

 

Ó memorial da morte do Senhor,

Pão vivo que dá vida aos homens,

Faça que minha alma viva de Vós,

E que à ela seja sempre doce este saber.

 

Senhor Jesus, bondoso pelicano,

Lava-me, eu que sou imundo, em teu sangue

Pois que uma única gota faz salvar

Todo o mundo e apagar todo pecado.

 

Ó Jesus, que velado agora vejo

Peço que se realize aquilo que tanto desejo

Que eu veja claramente vossa face revelada

Que eu seja feliz contemplando a vossa glória. Amem

 

– Camila Soares, Consagrada Cristo Alegria

2 Comentários

  1. Thaís disse:

    Que texto incrível

  2. SISSY MARIA DOS ANJOS MENDES disse:

    me tocou muito esta frase , uma promessa “Jesus replicou: Eu sou o pão da vida: aquele que vem a mim não terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede.”

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