“E o Espírito Santo, ao descer sobre eles com força extraordinária, tornou-os capazes de anunciar ao mundo inteiro o ensinamento de Jesus Cristo”, ao dizer essas palavras, na vigília de Pentecostes de 1998, o Papa João Paulo II sabia do quão extraordinário é Pentecostes. Foi naquele momento, reunidos em comunidade, com as portas trancadas no cenáculo, os apóstolos viram do céu vir um barulho de um poderoso vendaval. E eis que antes estes pescadores que ao sentir um vento forte abriam as velas para fazer pescarias profundas, agora abrem seu coração e o mais íntimo de seu ser para que este sopro os conduza ao anúncio de Jesus Cristo para além dos mares.

Ao melhor espírito de anúncio, este sopro foi como na criação, em que inflou as narinas de Adão, agora o homem redimido por Cristo receberá o sopro de Deus, vento este que vem como fogo, abrasando a alma de Amor, assim a coragem tomou conta dos corações dos apóstolos. O dom do Espírito os havia libertado as energias mais profundas para que incansavelmente arriscassem suas vidas para que o Evangelho chegasse a todos os povos.

A melhor parte de Pentecostes não são só os feitos que aconteceram dois mil anos atrás, mas é a sua atualidade, pois como plenitude da promessa de Cristo, que mandaria um Consolador, que ficaria para sempre conosco (Jo 14, 16). As graças de Pentecostes continuam a agir e atualizar a Igreja, com muitos frutos de conversão, mas sobretudo da oração, que como Mestre nos conduz, como óleo nos unge, como água revigora e como fogo nos transforma. E como depois de Pentecostes foi visível esta transformação nos apóstolos, o melhor de tudo é que essa experiência com o Espírito Santo podemos viver hoje.

Isso foi o que moveu vários jovens em um retiro, na universidade de Duquesne nos Estados Unidos, clamar por um novo Pentecostes, um óleo novo para nossa oração fluir e eis que estes jovens foram tomados por um novo vigor, com uma sede de conhecer a Palavra de Deus e de pregar ela, desde então são incontáveis os frutos de conversão que este novo Pentecostes realiza.

Por isso, devemos pedir o Espírito Santo, pois Ele pode vir em nosso auxílio, Ele é o grande Dom de Deus, nossa promessa de Jesus, então se tivermos medo ao clamar por Ele o Consolador nos trás coragem, se não soubermos o que falar em uma situação difícil o Espírito virá em nosso auxílio com palavras, se não soubermos orar, o Espírito virá em nosso socorro com gemidos inefáveis (Rm 8, 26) e se ainda não entendermos, Ele nos explicará tudo (Jo 14,26). Clamemos o Espirito Santo, para que Ele venha ser efuso em nós com toda a liberdade.

Convido você agora a rezar a oração que o Papa Joao Paulo II rezou na vigília de Pentecostes para que Deus realize seu pentecoste em nós.

“O que aconteceu em Jerusalém dois mil anos atrás… renova novamente. Assim como os apóstolos, nós também estamos reunidos em um grande Cenáculo de Pentecostes, desejando a efusão do Espírito… Hoje, a partir deste Cenáculo […], se eleva uma grande oração: Vem, Espírito Santo! Vem e renove a face da terra! Vem com seus sete dons! Vem, Espírito de Vida, Espírito de verdade, Espírito de Comunhão e Amor! A Igreja e o mundo precisam de você. Vem, Espírito Santo, e torne cada vez mais fecundos os carismas que você nos concedeu!”.

– Gabriel Machado, Consagrado Cristo Alegria